Rota dos Vales e do Café – Tradição e cultura em um só lugar
O distrito de São Pedro do Itabapoana respira história com sua vila repleta de casarios da época em que barões do café davam as cartas
São Pedro do Itabapoana respira história, tradição e cultura. Distrito de Mimoso do Sul, o lugarejo que tem aproximadamente 1.000 habitantes já foi sede do município.
A vila — fundada em 1850 — recebeu esse nome devido à devoção ao santo protetor dos pescadores (São Pedro), profissão predominante entre os primeiros moradores. Já o Itabapoana é uma referência ao rio que margeava o lugar.
O povoado, rodeado de cafezais, bananeiras e laranjais, atraiu muitos barões dos estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro em função do plantio de café.
Junto com os barões do café veio também a arquitetura que deu forma aos casarões e fazendas, uma marca registrada do distrito. Atualmente, existem mais de 40 imóveis desse período tombados pelo patrimônio histórico estadual. Entre eles está o Museu São Pedro de Alcântara do Itabapoana, instalado em um dos casarões tombados pelo Conselho de Estado da Cultura (CEC).
O museu foi ambientado e reproduz a antiga vida dos moradores da época do ciclo do café no Espírito Santo. No local são encontrados objetos como camas, estátuas, espelhos, pratarias e aquarelas.
O casarão foi construído em meados do século XIX, durante o período áureo do café, pela família Silveira. Desde então, já funcionou como pousada de tropeiros, pensão e farmácia.
O espaço integra a composição do centro do Sítio Histórico, constituída pela igreja matriz, a praça e o coreto, ladeados pelas demais construções baixas, de um pavimento, feitas no alinhamento das ruas, que remontam características da arquitetura colonial.
Outro detalhe que chama a atenção do visitante é o calçamento central em pé de moleque, que conserva a atmosfera de tempos passados, com casas antigas bem preservadas e hospitalidade.
Sanfona e viola alegram o vilarejo
Uma das principais marcas de São Pedro do Itabapoana, em Mimoso do Sul, são as rodas de sanfona e viola. Pelas esquinas da vila é fácil se deparar com músicos que entoam o som que alegra moradores e turistas e dão vida ao cenário remanescente do ciclo cafeeiro.
A música já virou tradição no município. Prova disso, é que anualmente, na última semana de julho, é realizado o Festival de Inverno de Sanfona e Viola.
O evento reúne músicos e turistas de diversas regiões do Brasil, que estão em busca de música do gênero de qualidade e uma bucólica paisagem. Além das apresentações dos competidores, músicos famosos se apresentam no festival.
Entre os artistas conhecidos que já passaram pelo festival estão: Dominguinhos, Renato Teixeira, Geraldo Azevedo, Zé Ramalho, Almir Sater e Sérgio Reis.
Para manter a tradição e despertar o interesse dos moradores da região por esse tipo de música, as oficinas, que ensinavam sanfona, viola, violão, percussão e harmonia, e que aconteciam apenas durante o festival, deram lugar a Escola de Sanfona e Viola.
A escola oferece aulas gratuitas durante o ano todo, e a partir dela formou-se a Orquestra de Sanfona e Viola, que se apresenta nas ruas na semana do festival e em outros eventos culturais.
VALE A PENA CONHECER
Igreja de São Pedro Construída no século XIX, a igreja, que fica no centro do vilarejo, reúne algumas imagens antigas e objetos sacros que atraem turistas e religiosos.
Casa do Artesanato
A casa do Artesanato reúne produções locais. Há peças em madeira, cerâmica, tecido e fibras vegetais.
Divas
Divas é o nome de uma grife local formada por um grupo de costureiras e bordadeiras que confeccionam peças originais e estampas baseadas na cultura e natureza locais.
Bosque do Sr. Setenta
O bosque, que tem 1,5 hectare de mata preservada, existe há mais de 80 anos. O nome é em homenagem ao Sr José de Souza, um antigo motorista de caminhão, já falecido, que ficou conhecido por jamais ultrapassar os 70 km/h, quando dirigia. Por isso, era apelidado de Sr. Setenta. O espaço é aberto à visitação.
Núcleo de Formação em Sanfona e Viola
Formação musical para crianças, jovens e adultos, habitantes do campo e da cidade com aulas semanais de sanfona, viola e percussão na Casa de Câmara e Cadeia de São Pedro do Itabapoana.
Antiquário São Miguel e Museu São Pedro
O Antiquário fica no térreo do Museu. O Antiquário é, de certa forma, um pouco de museu, já que, entre as peças que se encontram para venda, há algumas, adquiridas em fazendas da região, que não podem ser vendidas.
O museu foi ambientado em um dos casarões tombados e reproduz - por meio de objetos como camas, estátuas, espelhos, pratarias - a antiga vida da nobreza, mantida pelo comércio do café.
Fonte: Jornal A Tribuna – A Rota dos Vales e do Café, Lugares, 06/11/2011
Produção: Dinâmica de Comunicação
Contatos: 3232-5934 - imoveis@redetribuna.com.br
Jornalista responsável: Fabiana Pizzani
Edição: Erika Santos
Revisão: Márcio Rocha
Reportagem: Beatriz Seixas, Joyce Meriguetti, Luísa Buzin e Luísa Torre
Diagramação: Eliene Soares
Tratamento de imagens: Renan Martinelli
Compilação: Walter de Aguiar Filho, outubro/2016
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