Braz Rubim

Quando o capitão de mar e guerra Francisco Alberto Rubim deixou o Governo da Capitania do Espírito Santo, em 1819, transferido para o Ciará Grande, levava, ainda no cueiro, o seu filho Braz da Costa Rubim, nascido na Vitória, a 1º de fevereiro de 1817. E, ao ser exonerado do cargo de Governador das Armas do Ceará, por uma Junta Provisória, a 9 de dezembro de 1921, ele se debatia com o sério problema de conseguir uma ama de leite para o acompanhar, na viagem em uma chalupa, cuidando do menino. “Espontaneamente” ele se propôs a embarcar para o Maranhão, contribuindo, com o gesto, para o sossego da província cearense...
No ano seguinte, o menino Braz era levado, junto à família, para Portugal, em cujos bancos escolares, em Lisboa, recebeu os ensinamentos das primeiras letras.
Por volta de mil oitocentos e quarenta e tantos, Braz Rubim regressava ao Brasil, e fixou residência no Rio de Janeiro, onde, dentre outras atividades, ocupou o cargo de 1º Escriturário da Direção Geral da Contabilidade do Tesouro Nacional. Em 1845 dava publicidade ao estudo que fizera na Pátria Irmã: “Pomologia e frutologia portuguesa ou descrição de todas as castas e variedades de frutos que se cultivam em Portugal, com uma breve notícia sobre a sua cultura e usos econômicos”.
Tornando-se sócio do instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, Braz da Costa Rubim desenvolveu incansável atividade de intelectual, definindo-se pela historiografia, mormente a o torrão capixaba. Em alguns tomos da importante Revista, publicou: “Notícia cronológica dos fatos mais notáveis da Província do Espírito Santo, desde o seu descobrimento até a nomeação do governo provisório” (1856); “Memórias históricas e documentadas da Província do Espírito Santo” (1861); nesse ano, no mesmo volume: “Cartografia da Província do Espírito Santo” “Dicionário topográfico da Província do Espírito Santo” (1862) e “Memória sobre a Revolução do Ceará em 1821” (1866).
Braz Rubim fez estudos de glotologia, tendo publicado, no Rio, em 1853, um “Vocábulo Brasileiro”. E publicou outro estudo linguístico: “Vocábulos indígenas e outros introduzidos no uso vulgar”.
Registra o historiador Cesar Marques que Braz Rubim remeteu, do Rio, onde residia, quatrocentos volumes destinados à criação de uma biblioteca pública em sua terra natal. O Presidente da província, Evaristo Ladislau e Silva aceitou o presente; nomeou uma comissão composta de três cidadãos para o estudo da questão, mas os livros ficaram amontoados em mesas e cadeiras, até que um outro Presidente da província, Sebastião Machado Nunes, criou e instalou a Biblioteca Pública numa das salas do segundo pavimento do Palácio do Governo, a 16 de julho de 1853.
Procuro e não encontro o motivo que teria induzido os fundadores da Academia Espírito-Santense de Letras a deixarem de escolher Braz da Costa Rubim como patrono de uma de suas cadeiras.
O ilustre capixaba faleceu no Rio de Janeiro a 11 de agosto de 1871. Sua obra, dispersa e fragmentada, fonte indispensável aos estudiosos da História Capixaba, virou uma raridade bibliográfica. Ela está merecendo por parte do Conselho de Cultura e dos poderes econômicos uma urgente divulgação.
Fonte: De Vasco Coutinho aos Contemporâneos, 1977
Autor: Levy Rocha
Compilação: Walter de Aguiar Filho, julho/2012
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