Bibliotecas públicas e jornais na República

Em substituição à biblioteca fundada em 1855, o presidente Eliseu de Sousa Martins criara, durante a sua gestão, a Biblioteca Pública Provincial,(36) que, em 1889, era servida por um amanuense-bibliotecário e um porteiro.(37)
Cachoeiro de Itapemirim, graças ao Grêmio Bibliotecário Cachoeirense, dispunha, também, de uma sala de leitura com dois mil volumes, “além de grande número de jornais, revistas, mapas, folhetos etc.”.(38)
Quatro jornais eram editados em Vitória: A Província do Espírito Santo(39) e O Espírito-Santense, (40) ambos diários, com uma tiragem de 1.600 exemplares o primeiro e 500 exemplares o segundo; a Gazeta de Vitória(41) e A Folha da Vitória,(42) bissemanais, com uma tiragem de 300 exemplares. Em Anchieta, publicava-se A Tribuna,(43) hebdomadário; em Cachoeiro de Itapemirim, editavam-se O Cachoeirano(44) e O Constitucional,(45) este bissemanal.
NOTAS
(36) - Inaugurada com 2.084 obras (Relatório apresentado à Assembléia Legislativa do Espírito Santo em sessão ordinária de nove de março de 1880 pelo presidente da província, o exmo. sr. dr. Eliseu de Sousa Martins – Vitória – 1880).
– “Durante o período de dez meses foi o estabelecimento freqüentado por 2.134 pessoas, sendo 115 visitantes, 2.019 leitores, os quais consultaram 2.159 obras, distribuídas pelo modo seguinte: belas letras, 1.296; jurisprudência, 62; ciências matemáticas, 108; ciências naturais, 78; ciências médicas, 10; filosofia abstrata, 38; teologia, 8; moral aplicada, 62; jornais e revistas, 497” (Relatório apresentado à Assembléia Legislativa Provincial do Espírito Santo em sua sessão ordinária de oito de março de 1881 pelo presidente da província exmo. sr. dr. Marcelino de Assis Tostes – Vitória – 1881).
(37) - SILVEIRA, Almanaque de 1889, 31.
(38) - O Grêmio fora fundado a dez de junho e inaugurado a primeiro de julho de 1883. Desde quinze de setembro de 1887, funcionava em edifício próprio. Mantinha, em 1889, uma escola noturna bem freqüentada, para a qual o governo provincial concorria com 300$000 anualmente. Em 1889, o quadro social registrava 159 sócios (SILVEIRA, Almanaque de 1889, 225).
(39) - Fundado por Cleto Nunes Pereira e José de Melo Carvalho Muniz Freire. Seu primeiro número circulou a quinze de março de 1882. Com o advento da República, passou a denominar-se, sucessivamente, Diário do Espírito Santo e Estado do Espírito Santo. (HERÁCLITO PEREIRA, A Imprensa, V, 42-3).
(40) - Fundador e primeiro redator: José Marcelino Pereira de Vasconcelos. Seu primeiro número circulou a oito de setembro de 1870 e o último a catorze de junho de 1889 (HERÁCLITO PEREIRA, A Imprensa, III, 37). À data de seu desaparecimento era dirigido por Basílio Carvalho Daemon.
(41) - Iniciou sua publicação aos vinte e quatro de janeiro de 1878, sob a direção de José Joaquim Pessanha Póvoa. Diz HERÁCLITO PEREIRA que “durou até 1889, ano em que esteve sob a redação de Pessanha Póvoa e Joaquim Correia Lírio” (A Imprensa, IV,29).
(42) - Apareceu a oito de julho de 1883. Fundada por Aristides Freire, figurou sob outras direções até que voltou à responsabilidade daquele, em março de 1890. Em 1889, era dirigida por Ovídio dos Santos (HERÁCLITO PEREIRA, A Imprensa, V, 46).
(43) - Apareceu a três de fevereiro de 1889, sob a direção de José Horácio Costa. Republicano.
(44) - Fundado por Luiz de Loiola e Silva, iniciou sua publicação a sete de janeiro de 1887. Em 1889 era dirigido por Antônio Gomes Aguirre e Bernardo Horta de Araújo (HERÁCLITO PEREIRA, A Imprensa, IV, 22-3).
(45) - Surgiu em Itapemirim, a doze de abril de 1885. Transferiu-se a vinte e cinco de julho de 1886 para Cachoeiro de Itapemirim, cessando a sua publicação a vinte e cinco de dezembro de 1889. Seu redator-chefe era o Dr. João Vasco Cabral Filho (HERÁCLITO PEREIRA, A Imprensa, V, 48-9).
Fonte: História do Estado do Espírito Santo, 3ª edição, Vitória (APEES) - Arquivo Público do Estado do Espírito Santo – Secretaria de Cultura, 2008
Autor: José Teixeira de Oliveira
Compilação: Walter Aguiar Filho, outubro/2017
Os faróis de Santa Luzia e da Ilha do Francês; as fortalezas de S. João e S. Francisco Xavier, as Companhias de Infantaria e de Polícia e o Batalhão da Guarda Nacional
Ver ArtigoA Companhia de Aprendizes Marinheiros proporcionava ensino profissional à mocidade
Ver ArtigoOs assuntos eclesiásticos continuavam na dependência do bispado do Rio de Janeiro
Ver ArtigoResumia-se a um artesanato despretensioso a indústria capixaba do ano de 1889
Ver ArtigoCentenas de estabelecimentos comerciais distribuíam-se por todas as localidades. Aqui e ali, pequenos e modestos hotéis
Ver ArtigoVale a pena demorarmos alguns instantes num rápido bosquejo da evolução da cultura cafeeira no Espírito Santo
Ver ArtigoA Maçonaria era representada, na província, desde 1872, pela Loja União e Progresso, que mantinha variada biblioteca
Ver ArtigoNo ano em que se fez a República, o Espírito Santo estava dividido em catorze municípios, e contava quatro cidades e dez vilas
Ver Artigo