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Grandes Construções - As 10 mais destacadas por Eurípedes Queiroz do Valle

Porto de Tubarão em construção - Foto: Paulo Bonino

1) Palácio Anchieta. Antigo Convento dos Jesuítas. Construção do século XVI. Com a expulsão dos Jesuítas em dezembro de 1759, passou o Convento a servir de resi­dência dos Governadores. No Governo do Presidente Jerônimo Monteiro (1908-1912) passou por completa reforma, tomando o aspecto que hoje apresenta, com a sua bela escadaria ornamental que se prolonga até a cidade baixa. Perdeu a Igreja de São Tiago, antiga Capela Imperial, que lhe ficava anexa, para a ampliação do edifício e localização das Secretarias de Estado. Conservou-se, porém, na cripta daquele Templo, o túmulo do Padre Anchieta, hoje monumento histórico da cidade, aberto à visitação pública.

2) Catedral Arquidiocesana. Construída no mesmo local da antiga Matriz de N. S. da Vitória. Obedece ao estilo neoclássico-gótico. O seu belo interior está sofrendo várias modificações para se adaptar ao novo estilo canônico, adotado pela Igreja Católica. A sua nave central apresenta aspecto grandioso e tem a forma de uma grande cruz.

3) Cais de Minério. Está construído no morro da Capuaba, também conhecido por “Pela-macaco”, situado no continente, fronteiro ao centro comercial da cidade de Vitória. Tem hoje o nome de “Cais Eumênes Guimarães”, homenagem ao engenheiro espírito-santense que lhe dirigiu a construção. Destina-se ao embarque de minério de ferro que desce das jazidas mineiras. Merece ser visitado não só pelo belo panorama que oferece sobre a cidade, como pela maneira original com que a estrada de ferro Vitória à Minas atinge o cimo do morro de onde despeja o minério nos grandes silos ou depósitos construídos no pequeno cais onde chegam e acostam os navios. O des­carregamento dos vagões de minério é feito por diversos modos. Ora pelo fundo dos vagões que se abrem, ora por um tubo giratório que recebendo o vagão gira com este, deixando cair o conteúdo. E espetáculo curioso para o leigo assistir esse descarrega­mento e a maneira com que um sistema de esteiras leva o minério ao porão os navios.

4) Ponte Florentino Avidos. É a segunda do Estado em extensão. Constitui-se de 6 vãos de 26 metros cada. Foi construída em 1925 pelo Presidente Florentino Avídos que lhe deu o nome. Liga a parte sul da Capital ao continente. Primitivamente essa ligação era feita à ilha do Príncipe e desta ao continente. Com o aterro e a incorpora­ção da ilha do Príncipe à ilha de Vitória a ligação passou a ser direta ao continente. O progresso e o vertiginoso desenvolvimento da Capital capixaba devem-se a essa Ponte, permitindo o acesso fácil ao continente. Em face do extraordinário movimento rodoviário do Estado, o Governo construiu um desvio pelo continente para o transporte pesado e desafogo do centro urbano. Mesmo assim já se cogita de uma outra ponte que será a ter ceira, já que duas outras menores ligam a parte norte da ilha ac continente, que são as da “Passagem” e a de “Camburi”.

5) A Ponte sobre o Rio Doce na Cidade de Colatina. E a maior do Estado. Mede 980 metros. Liga o centro urbano da cidade de Colatina ao seu mais próspero arrabalde que é o de São Silvano, no lado oposto. Foi também construí da no Governo do Presi­dente Florentino Avidos, em 1926. Como a da Capital tem também um grande sentido histórico. Integrou o território capixaba até então dividido em duas metades quase iguais, pelo grande e caudaloso Rio Doce. Essa ligação com o norte do Estado permitiu o des­bravamento de toda uma extensa e rica região de matas virgens e terrenos feracíssimos, propícia à variada cultura, notadamente a do cacau e do café. Esta última fez Colatina, em certa época, o Município de maior produção cafeeira do País. Tal integração territorial foi completada por outras duas grandes pontes sobre o mesmo curso d’água: a de Baixo Guandu e a de Linhares. Esta cidade é hoje denominada a “Capital do Cacau” pelo desen­volvimento que vem tendo ali essa cultura.

6) A Ponte da Cidade de Linhares. Foi construída no Governo do Dr. Jones Santos Neves (1951-55) e recebeu c nome do Presidente Getúlio Vargas, que a inau­gurou. Pelo seu feitio e pelos grandes arcos que a sustentam. é uma das mais belas do Estado. Por ela passa a nova rodovia federal Rio Bahia-Litoral, cortando o Espírito Santo em toda a sua extensão Sul-Norte. Teve, igualmente, influência decisiva no progresso não só da cidade de Linhares, como da região cacaueira do Baixo Rio Doce, que tornou a cidade, como vimos. a Capital do Cacau.

7) Banco do Estado do Espírito Santo. (Antigo Banco de Crédito Agrícola do Estado). E, no momento, (1970) o maior edifício do Estado. Está situado no centro urbano da cidade de Vitória, com uma de suas faces voltadas para a histórica Praça Oito de Setembro. Ocupa uma área de 15.000 metros quadrados e conta com 19 gran­des pavimentos, dispostos em 3 frentes. E servido por vários elevadores eletrônicos com capacidade para 40 pessoas. Além dos andares ocupados pelo Banco, dispõe ainda de 182 salas devidamente equipadas para escritórios, consultórios, sedes de instituições, auditórios, etc.

8) Porto de Tubarão. E considerado, no seu gênero, um dos maiores da Amé­rica. Destina-se ao embarque do minério que desce das jazidas mineiras. Situa-se na Ponta de Piranhém ou Tubarão que lhe dá o nome no extremo norte da baía de Vitó­ria. Destaca-se pelas suas instalações e maquinismos moderníssimos que lhe permi­tem bater todos os recordes de rapidez no embarque dos grandes navios que fazem o comércio de transporte. Para maior facilidade desse embarque, acaba de montar uma usina de pelotização. Nele tem a Companhia Vale do Rio Doce mais um termi­nal oceânico de sua Estrada de Ferro. O seu “píer” central permite o carregamento rápido e simultâneo de 4 grandes cargueiros. Cogita ainda o Governo de montar nele uma Usina Siderúrgica, aproveitando a grande planície que lhe é adjacente. Pela sua privilegiada posição topográfica, constitui uma das atrações turísticas de Vitória, à qual está ligada por excelente rodovia que contorna, em curva suave, a bela praia de Camburi, numa extensão aproximada de cinco quilômetros e de onde se obtém excelente panorama para o capixaba, mar e cercanias da Capital

9) Santuário de Santo Antônio. Ergue-se no bairro desse nome, da cidade de Vitória. Foi construído pelos Padres Pavonianos, no alto de um promontório, com excelente vista panorâmica para a parte mais larga do canal marítimo que circunda a ilha de Vitória, do lado sul. E justamente considerado um dos mais belos templos católicos da Capital. E constituído por 4 grandes abóbadas que sustentam uma quinta que emerge do centro. Vista do alto, lembrará um enorme trevo de 4 folhas. Da pla­taforma de seu 5° andar, obtém-se panorama dos mais empolgantes, sobre a vastidão que o circunda. É também um dos pontos de atração turística da cidade pelo arrojo de sua arquitetura.

10) Santuário do Divino Espírito Santo. Situa-se na vizinha cidade do Espí­rito Santo, antiga Vila-Velha. Construção levada a efeito pelos Padres Franciscanos. É, no momento em que escrevemos estas linhas (1970), o maior Templo Católico do Espírito Santo. A sua nave central abriga perto de 4 mil fiéis sentados. A simplicidade de suas colunas, arcos, vitrais e acabamento, dentro do moderno estilo cano nico, lhe dá u’a majestosa imponência. Merece ser visitada por turistas e curiosos. Na mesma cidade, ergue-se, em Morro próximo, o já famoso Santuário da Penha de gloriosas tradições centenárias.

Fonte para estudos: “Biografia de Uma Ilha”. Prof. Luiz Serafim Derenzi. Ed.Pongetti. Rio. 1968. “História do Espirito Santo”. Professora Estela de Novais. Vi­tória, 1969 “Pequeno Dicionário Informativo do Estado do Espírito Santo. Eurípedes Queiróz do Valle. Vitória, 1959.

Academia Espírito-Santense de Letras

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Fonte: O Estado do Espírito Santo e os Espírito-santenses - Dados, Fatos e Curiosidades (os 10 mais...) - 4° Edição (Reedição da 3ª ed. de 1971)
Autor: Eurípedes Queiroz do Valle
Compilação: Walter de Aguiar Filho, junho/2023

Monumentos

Ano de 1766 - Por Basílio Daemon

Ano de 1766 - Por Basílio Daemon

É levantada pelo engenheiro José Antônio Caldas, por ordem do vice-rei conde de Azambuja, uma planta do Forte de São Diogo 

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