Monumento ao Índio (Araribóia)
O Monumento: é constituído de uma estátua de bronze, com a figura de um índio guerreiro, em tamanho natural assentado sobre uma pedra, apontando seu arco e flecha para a Baía de Vitória.
Localização: Praça Américo Poli Monjardim – Centro
Concepção Artística: Carlo Crepaz
Obs.: após a transcrição da música, de 1963 – autor Júlio Alvarenga, há o cumpra-se em 15-05-1963 - Sólon Borges – Prefeito Municipal.
Inscrição: Marcha carnavalesca – “Bota o índio no lugar”
Histórico:
Ele veste apenas uma tanga. Agora está um pouco escurecido no rosto e nas pernas por ficar ao ar livre, ali na Avenida Marechal Mascarenhas de Moraes, mas ainda parece um homem forte com rosto nobre e autêntico guerreiro. A história deste monumento é bem folclórica. Inicialmente este índio apontava a flecha para a entrada da Baía de Vitória, entre o Morro do Penedo e o Morro do Forte de São João, com a inauguração da Avenida Beira Mar, no governo de Carlos Lindenberg, a estátua foi retirada e guardada no depósito da PMV. Nesta época simbolizava apenas o ÍNDIO, primeiro ocupante de nossas terras, mas depois o povo o batizou com o nome do guerreiro capixaba ARARIBÓIA.
No ano de 1963, uma letra de uma velha marchinha de carnaval, de autoria de Júlio Alvarenga (“Bota o índio no lugar”), premiada em um concurso carnavalesco na antiga TV Vitória, canal 4, nos tempos da Rede TUPI, foi cantada à exaustão pelos foliões nas ruas e nos clubes da capital, descontentes com a saída da estátua do índio da Beira Mar.
Assim era a marchinha: “ Bota o índio no lugar / ele quer tomar banho de mar / Bota o índio no lugar / ele é da avenida Beira-Mar / Era Araribóia / ele quer voltar pra lá / Doutor, por favor / Bota o índio no lugar”.
O índio retornou ao seu local original em 1963, através do processo nº 904/63. No final da década de 70, o índio foi retirado deste local durante a administração do Prefeito Chrisógono Teixeira da Cruz, e foi passar uma longa temporada no aterro da COMDUSA (Enseada do Suá) na Praia do Canto, mais especificamente no final da Av. Nossa Senhora dos Navegantes, na Praça da Finlândia, mas depois de novas pressões de populares e intelectuais voltou para a Av. Beira Mar.
Personalidade: ÍNDIO ARARIBÓIA (nova denominação)
Herói brasileiro (século XVI), era chefe dos índios Temiminós existentes no Espírito Santo. Em sua língua seu nome significa “Cobra Feroz”, homem arguto e de boa índole, fez-se logo, amigo dos colonizadores portugueses.
Quando Estácio de Sá, em 1567, pediu auxílio ao Espírito Santo para expulsar os franceses do Rio de Janeiro, Vasco Coutinho Filho, então Donatário da Capitania o procurou. O chefe índio pôs imediatamente à disposição do Donatário 200 companheiros, hábeis flecheiros, prontificando-se a partir, a frente deles “bravo como um leão”. Aliando-se a Mem de Sá, comandou seu heroísmo, o rei português, agraciou-o com título de Capitão-mor de sua aldeia (que se instalou em Niterói).
Convertido ao catolicismo, Cobra Feraz foi batixado e recebeu, segundo a moda do tempo o nome Martin Afonso Araribóia, homenagem ao velho Governador Geral, e recebeu o hábito de cavaleiro da Ordem de Cristo.
Fonte: Catálogo dos Monumentos Históricos e Cultural da Capital – Vitória – ES
Autor: Willis de Faria (o catálago foi por ele doado à Casa da Memória em 27-03-93)
Foto: Sérgio Lobos Martins e Flávio Lobos Martins Filho
Capa: Eugênio G. Herkenhoff
Compilação e foto atual: Walter de Aguiar Filho, agosto/2011
GALERIA:
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