Acontecimentos da Época Monárquica no ES

Os presidentes da Província se diferenciaram dos antigos capitães-mores e governadores, pelo nível cultural e espírito democrático. Houve muitos que alcançaram projeção no Império. Mas, pouco fizeram em benefício da administração provincial. Analisaram, escreveram relatórios minuciosos, apontaram necessidades básicas, enalteceram a exuberância do solo e suas possibilidades mas os resultados práticos foram diminutos. Os gabinetes ministeriais ensurdeciam-se às vozes do Espírito Santo: utilizavam-no para premiar amigos. A pequena densidade demográfica e o mutismo da bancada, nas duas câmaras do Império, não intimidavam os ministérios. José Bernardino Batista Pereira, deputado pela Província, em 1828 foi feito ministro da Fazenda; nem, ao menos, melhorou a dotação orçamentária para as necessidades primárias da unidade, que o elegera. No regime monárquico, que durou sessenta e sete anos, nada menos de noventa e seis presidentes, entre efetivos e substitutos, governaram o Espírito Santo. Podiam conhecer, de fato, as necessidades da Província e provê-las em ordem de prioridade? Materialmente impossível, A instrução pública, a mais barata atribuição do governo naquela época, pela pouca exigência pedagógica, seduziu todos os presidentes, porém, com resultados ínfimos. Os pais sonegavam os filhos pá escola; preferiam-no ao cabo da enxada. Professores eram poucos e ruins. Os ordenados não compensavam.
As estradas, depois do sistemático Francisco Alberto Rubim, eram lembradas como necessidade de Estado, mas, ninguém se atrevia a construí-las. O conselheiro José Fernandes da Costa Pereira, quando presidente em 1864, aproveitando o entusiasmo que o cargo de Ministro da Agricultura lhe deixara, atirou-se à tarefa de interligar o sertão com a Capital. Mal pôde construir o caminho para Santa Leopoldina, chegando pouco além de Mangaratiba. O aproveitamento do Rio Doce escoadouro natural da zona mineira, tributária respectiva da bacia, não passou de sonho lírico, superior à compreensão e inteligência administrativa do governo monárquico. Em nada aproveitaram à Província homens da estatura de José Tomás Nabuco de Araújo, Pedro Leão Veloso, Herculano Marcos Inglês de Souza, Martim Francisco Ribeiro de Andrade Júnior, e tantos outros, que mal tiveram tempo de se ambientarem no palácio. Governo é o resultado da continuidade executiva de um plano.
Acontecimentos da Época Monárquica
Alfândega
Em 10 de janeiro de 1820, instala-se a Alfândega de Vitória, cuja primeira sede foi no fortim do Carmo ou São Diogo, mudando-se pouco tempo depois, para o convento do Carmo, já transformado em quartel da tropa de linha. Em 1875 adquire sede própria, onde se acha a Guardamoria. Foi armazém do Dr. Florêncio Francisco Gonçalves, inspetor da Saúde Pública e ex-médico das tropas em operação no Paraguai.
Ururau
O brigue de guerra “Ururau”, no dia da procissão do “Corpus Christi”, em 1827, ancorou em Vitória. Recrutava voluntários para a campanha Cisplatina. Ao anoitecer, quando a procissão passava pela Misericórdia, junto ao Palácio, estabeleceu-se em terra, pânico doloroso: os marinheiros, ajudados por soldados do comandante das Armas, Francisco Antônio de Paula Nogueira da Gama, aproveitando o respeito pela função religiosa, deram-se a prender, indistintamente, moços e velhos, livres e escravos, embarcando-os em batelões atracados no Cais das Colunas. O pânico foi de tal ordem que abandonaram o andor de S. Jorge, em plena praça. Recolheram-no à Cadeia Pública, donde só foi transladado em 1864. Por muitos anos se deixou de realizar a maior festa religiosa da igreja cristã em Vitória. O acontecimento foi narrado pelos cronistas com muita paixão.
Chafarizes
Acióli de Vasconcelos foi quem mandou construir o pórtico protetor da nascente potável da Fonte Capixaba. A obra teve início em 12 de fevereiro de 1828 e o executor foi Francisco Pinto de Jesus, mestre pedreiro. A água era abundante, fresca e pura, com a mata que vicejava, no desfiladeiro do morro da Vigia, a garantir-lhe a perenidade, As tomadas d’água da Lapa e da Fonte Grande foram refeitas, por sua vez, na mesma ocasião.
Fonte: Biografia de uma ilha, 1965
Autor: Luiz Serafim Derenzi
Compilação: Walter de Aguiar Filho, novembro/2012
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