Festa da Penha (2005) - Por Mônica Boiteux
Em tempos idos, a Festa da Penha era o maior evento das Famílias de Vila Velha. Rendas brancas e flores nas janelas, as casas da Prainha se arrumavam para saudar a passagem da Santa. Misturado à festa religiosa, das missas e procissões, as moças e rapazes, naqueles dias, colocavam seus melhores vestidos e chapéus para circular pela praça, mais felizes do que nos melhores domingos.
Passado o tempo, a Festa não mudou. Lá estão as famílias, com os carrinhos de bebês, as moças com suas melhores microssaias e miniblusas, os rapazes com piercings, camisas de bandas de rock ou de funk, as missas e procissões que agora são conforme os grupos: homens, mulheres, jovens, motociclistas, cavaleiros e outros tantos.
A festa evoluiu, como retrato de nossa sociedade. E como em qualquer grande aglomeração, o medo se faz presente, afastando muitas pessoas da festa. Mas devemos reconhecer que neste ano, o policiamento estava realmente ostensivo.
Fui à festa, junto com minha família, e pude sentar no meio da Praça da Bandeira (em frente à Igreja do Rosário) e sentir a deliciosa brisa que vinha do mar, com segurança (impossível não pensar nos portugueses que aqui chegaram, que maravilha). Depois tomei um caldinho maravilhoso, feito por um morador da Prainha. Me senti numa antiga quermesse.
E não é que a Festa da Penha é uma quermesse? Só que atualizada, com shows de bandas locais e padres, com teatro histórico.
E porque não aproveitar a vocação do sítio histórico da Prainha e realizar exposições, modernizar a Casa da Memória, o Museu Etnográfico, o Forte de Piratininga, os antigos casarios, a fonte de Inhoá, o oratório e gruta de frei Pedro Palácios, a Hospedaria dos Imigrantes, a Igreja do Rosário, dar a exata dimensão de quem foi Homero Massena, assim como exaltar os melhores artistas contemporâneos, como Kleber Galvêas, colocar Guias de Turismo, investir em gastronomia, na nossa moqueca, construir um museu, algo maravilhoso (um Guggenheim, quem sabe), divulgar em todos os seus espaços a história desta terra, como faz o Auto de Frei Pedro palácios e dar mais um salto nesta evolução?
Só quem esteve na Prainha e viu o potencial da região, sabe do que estou falando. Não só durante a Festa da Penha, mas o ano todo.
Mônica Boiteux
Editoria do site Morro do Moreno
Abril/2005
Desde 1570 comemoramos a Festa da Penha oito dias após a Páscoa. Ela é a festa cristã pioneira da América
Ver ArtigoA Festa tinha duas bandas de música locais, “Filofênica da Penha" e "Aliança Progressiva". Enquanto uma tocava no terraço do Convento, a outra funcionava em baixo, na cidade
Ver ArtigoExistem no arquivo do Convento da Penha cinco livros de visitas. O primeiro traz a data de 1849. Foi aberto pelo então guardião Frei Vitorino de Santa Felicidade
Ver ArtigoComo o calendário da Igreja obedece o ciclo lunar, o calendário civil vinha dando uma discrepância na marcação das datas das festas de suma importância, como por exemplo:a Festa da Páscoa
Ver ArtigoA Festa da Padroeira dos capixabas sempre foi o principal acontecimento religioso de Vila Velha. Segundo a Lei nº 7, de 12/11/1844, o dia da Festa da Penha passou a ser considerado feriado em toda a Província do Espírito Santo
Ver ArtigoA primeira Festa da Penha foi realizada ainda em vida de Frei Pedro Palácios. Escolheu ele a segunda-feira depois da dominga de Pascoela, dia consagrado à devoção franciscana de Nossa Senhora dos Prazeres
Ver ArtigoRealizara-se o milagre. Em fuga os holandeses abandonavam o campo
Ver Artigo1969 – Selo do Natal, com painel de Nossa Senhora das Alegrias, trazido da Europa por Frei Pedro Palácios, em 1558 08-12-1969
Ver ArtigoORAÇÃO PREPARATÓRIA (para cada dia da novena)
Ver ArtigoChester Smith acreditava, assim, que o alpendre à frente da residência dos padres no Convento de N. S. da Penha pudesse ser o mais antigo do Brasil – o que é um tanto difícil de conceber
Ver ArtigoNunca aceitei aquela apressada afirmação de que o poeta capixaba José Gonçalves Fraga - falecido em 1855 - fosse o autor da quadra:
Ver ArtigoEm 1844 a Assembléia do Espírito Santo vota a lei declarando o dia da festa da Penha "de grande gala" e feriado para as repartições públicas
Ver Artigo