O Rio Cricaré

O rio Cricaré, como é conhecido pelos nativos, ou rio São Mateus, como foi rebatizado pelos portugueses, tem suas nascentes em Minas Gerais.
Cortando serras e vales, chega ao território mateense onde descreve graciosas curvas, cujo traçado grafa generosamente o “S” e o “M”, iniciais de São Mateus, e deságua no Oceano Atlântico, em Conceição da Barra. Ao todo percorre 11 municípios capixabas, apesar de ter sua cabeceira no estado vizinho.
O encanto das suas águas mornas e calmas, de cor verde-esmeralda, levou os índios a chaná-lo de Kiri-Kerê (dorminhoco). A quietude do seu curso, ornado pela vegetação típica e de coqueiros, exerce verdadeiro fascínio, principalmente ao entardecer.
A história de São Mateus começou a ser escrita com a chegada dos primeiros colonizadores portugueses, por volta do ano 1544.
A pequena povoação do rio Cricaré recebeu o nome de São Mateus, por ter sido no dia consagrado ao evangelista Mateus (21 de setembro) que o padre José de Anchieta passou pela capitania do Espírito Santo, visitando suas aldeias.
Por meio do rio, os portugueses colonizaram a região, onde fundaram o porto no século XVII. Sua história passa pelos ciclos da cana-de-açúcar, do café, da farinha de mandioca e da madeira.
A relação do homem com o rio é muito estreita. Os colonizadores chegaram por ele. As edificações mais importantes foram erguidas no porto. A vila começou a prosperar a partir do rio, que por muito tempo foi o único elo de ligação entre São Mateus e as demais localidades, explica a historiadora Elinéia Lima.
Atualmente, em função do assoreamento e do lançamento de esgoto em suas margens, o rio pede socorro. A pesca, apesar do forte declínio, ainda sobrevive.
Fonte: A Gazeta de 15/07/2007
Compilação: Walter de Aguiar Filho, maio/2012
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