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Descoberto mistério das 32 colunas

Mistério que envolve as 32 colunas erguidas a aproximadamente dez quilômetros da sede do balneário de Anchieta, ES

O historiador gaúcho Acélio Pedro Scwengper iniciou uma viagem de pesquisa para desvendar a história das cidades litorâneas brasileiras do Chuí ao Oiapoque e durante sua passagem pelo Espírito Santo descobriu o mistério que envolve as 32 colunas erguidas a aproximadamente dez quilômetros da sede do balneário de Anchieta. As estruturas, de pedra com argamassa de calistra de ostra e óleo de baleia, eram os pilares de sustentação da Igreja Senhora de Bonsucesso, construída pelos jesuítas, na antiga aldeia de Oboró.

Esse lugarejo próximo a Anchieta, cujo acesso é feito hoje de barco, servia antes da capela de Bonsucesso para abrigar os índios, além daqueles nativos que seriam castigados ou sujeitos a penitências, segundo pesquisa feita por Scwengper no Boletim Estatístico do Espírito Santo, volume III, de 1940. A constituição do povoado de Oboró teve início em 1569 e nele os indígenas eram catequizados e domesticados para atuarem na lavoura, no artesanato, na carpintaria e em outras atividades.

Numa segunda etapa, com a construção da Igreja de Bom Sucesso, Oboró, de acordo com o historiador, serviu para direcionar as tribos que se deslocavam do interior, mais precisamente as vindas da serra. Daí a formação no local da maior concentração de índios do país. Houve época em que viveram lá 9.000 índios catequizados pelo padre José de Anchieta. Acélio explicou que a proibição da mão-de-obra escrava fez com que os índios se tronassem seus substitutos. Quem era preso para o trabalho e não se adaptava, acabava fugindo para Oboró, onde tinha a proteção garantida dos jesuítas, sustenta o gaúcho.

A igreja de Bonsucesso acabou abandonada com a expulsão dos jesuítas. A área foi confiscada e leiloada, no Rio de Janeiro, em 17 de julho de 1782, conforme o Dicionário Histórico e Geográfico da Província do Espírito Santo, de Cézar marques, informa o historiador.

Acélio começou sua aventura em 19 de maio último, quando iniciou sua pesquisa no Chuí, localizado a 600 quilômetros de Porto Alegre, onde o historiador mora. Até agora, ele visitou quase 100 cidades: sete paranaenses; 20 no Rio Grande do Sul; 25 em Santa Catarina; 17 paulistas; 22 fluminenses; além de sete capixabas.

A viagem do historiador é feita de automóvel com treiler, para assegurar hospedagem a baixo custo. O conteúdo apurado ao final do roteiro de 7.000 quilômetros em bibliotecas, órgãos oficiais e com as populações locais inclui folclore e lendas. Tudo deverá ser reunido num livro.

A viagem do historiador não conta com nenhum patrocínio, A ideia de explorar a história das cidades litorâneas era apenas um passeio, mas ele sentiu necessidade de registrá-la, tendo em vista que a bibliografia sobre as cidades litorâneas é esparsa. Ele não esconde a dificuldade que enfrenta para encontrar as fontes de pesquisa. É terrível pesquisar neste país, destacam confessando os inúmeros chás-de-cadeira a que tem se submetido para alcançar sua meta.

Para ele, o que diferencia o litoral capixaba dos demais é o clima agradável e com temperatura constante, as areias monazíticas (não restritas ao balneário de Guarapari), por exemplo. Vitória, uma das três ilhas do país que sediam capitais de Estados (as outras são Florianópolis e São Luiz), foi definida como deslumbrante. Em compensação, durante sua permanência em Vila Velha, (na Praia de Itapoã) foi obrigado a trocar tiros com marginais para se livrar de um assalto.

 

Fonte: Jornal A Gazeta, 21 de dezembro de 1993
Acervo: Casa da Memória de Vila Velha, ES
Compilação: Walter de Aguiar Filho, janeiro/2013 



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