Rua Wilson Freitas (ex-ladeira Pernambuco)
Tem início na rua do Rosário. A antiga ladeira, que ganhou calçamento no governo de Florentino Avidos, servia de acesso aos terrenos da Capixaba, antes da total urbanização dessa área. Em 1925 foi construída pequena e artística escadaria, ainda existente, ligando essa artéria à avenida Capixaba. A ladeira passou a denominar-se rua Wilson Freitas, a partir dos anos 50.
Sobre esse renomado atleta capixaba, antigo morador da ladeira Pernambuco leia-se o seguinte trecho de reportagem publicada em A GAZETA, edição de 16/10/83:
“Nascido a 8 de janeiro de 1910, (Wilson) logo aos 8 anos começou a remar, na região da avenida Capixaba, aproveitando-se do fato de o pai, José de Freitas Coitinho, trabalhar na praticagem. Primeiro remava em barco tão rústico que mais de assemelhava a um caixote.
Mas logo sua aptidão o levaria ao Saldanha da Gama, clube pelo qual iria apaixonar, a tal ponte que, salvo em uma oportunidade, jamais aceitou competir por outra agremiação.
Competiu pela primeira vez aos 16 anos de idade. Começou a ganhar e daí para frente, não mais deixou de acumular vitórias no remo, de modo que o Flamengo passou a assediá-lo, querendo sua transferência para o esporte do Rio de Janeiro. Mas ele resistiu.
Só aceitou deixar Vitória, mesmo assim temporariamente, em 1936, porque queria disputar os Jogos Olímpicos da Alemanha. Então foi para o Rio, integrou a guarnição do 4 com patrão do Flamengo, foi convocado, viajou, competiu e voltou para o Espírito Santo.
Alguma coisa dentro dele o impedia de deixar seu Estado e familiares. Afora essa ida ao Rio, promovida principalmente pelo técnico Keller, ficou remando em vitória e sempre vencendo.
No doublé-skiff, fez dupla com várioa outros remadores famosas: Ricardo Tommasi, Darcy Grijó, Mário Matinhão, Agenor Soneghet, o Carapau e outros. Mas gostava mesmo era de fazer dupla com Agenor Corrêa.
Chegou a disputar um Campeonato Brasileiro em dupla com Manoel Corrêa, pelo Álvares Cabral e foi várias vezes campeão brasileiro pelo Saldanha da Gama. Derrotado em um final de Campeonato Sul- Americano nos últimos metros, dias depois venceu a todos os mesmos oponentes em uma disputa internacional, na Argentina.
No skiff, era um astro. No double e nos outros barcos que remava, o maior “viga” do remo capixaba. Mesmo em 1945, no dia em que voava para o Estado do Rio de Janeiro à carta de notícias sobre o estado de saúde da filha mais velha, era considerado ainda quase invencível. Uma espécie de mito do esporte de sua terra.
Mas fazia outras coisas também. Como chegar ao Saldanha da Gama, pela manhã, e avisar aos amigos que ia jogar na ponta-esquerda de um dos dois times de “pelada” que estavam sendo formados. “Se já tiver 11 em cada time, um vai jogar com 12”, gritava ele.
Foi exercer a mesma profissão do pai: prático do Porto. Mas amava também a aviação e brevetou-se na primeira turma capixaba, logo depois da fundação do Aéro-Clube, quando foram conseguidos os primeiros aviões. Em 7 de agosto de 1942 recebia o brevet junto a Orlando Antenor Guimarães e outros pioneiros da aviação do Espírito Santo.” (Texto de Álvaro José Silva).
Wilson Freitas faleceu a 25 de março de 1945, vítima de desastre de aviação, por ele pilotado.
Fonte: Logradouros Antigos de Vitória – Coleção José Costa,1999
Autor: Elmo Elton
Compilação: Walter de Aguiar Filho, junho/2012
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